PMEs crescem 23,5% em abril devido ao efeito calendário
As pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras registraram um crescimento significativo de 23,5% em abril de 2024, em comparação ao mesmo mês do ano anterior, segundo o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs).
Este índice, que serve como um termômetro econômico para empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, mostrou uma melhora considerável na movimentação financeira média das PMEs.
O avanço é parcialmente atribuído ao chamado "efeito calendário". Em abril deste ano, houve 22 dias úteis, contra apenas 18 em abril de 2023.
"Para diversos setores, menos feriados e emendas resultam em um faturamento mais robusto", destacou o economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, Felipe Beraldi.
Setores em destaque
Em termos de setores, a indústria liderou o crescimento, com uma expansão de 30,3% na movimentação financeira média em relação a abril do ano passado.
Dos 23 subsetores da indústria de transformação acompanhados pelo índice, 22 registraram crescimento de dois dígitos, destacando-se as indústrias de móveis, produtos farmoquímicos e farmacêuticos, couro e calçados, além da metalurgia.
O comércio também apresentou uma recuperação notável em 2024, com um aumento de 21,9% em abril, após um crescimento de 4,6% no primeiro trimestre do ano.
Os segmentos de comércio e reparação de veículos e o atacado foram os principais responsáveis por essa recuperação, com crescimentos de 25,7% e 26,1%, respectivamente. O varejo, embora em menor escala, também cresceu 9,2%.
No setor de serviços, as PMEs mantiveram um bom desempenho, com um aumento de 15,1% em abril, após um avanço de 5,3% em março. Os segmentos de atividades financeiras e de seguros, delivery e agências de viagem impulsionaram esse crescimento.
As PMEs de infraestrutura também registraram um crescimento real de 17,3%, destacando-se os serviços especializados na construção e na coleta e tratamento de resíduos.
Perspectivas futuras
Apesar dos resultados positivos, há sinais de uma possível desaceleração no segundo semestre, devido à expansão moderada da renda das famílias.
"Espera-se que a concessão de crédito, impulsionada pela redução da Selic, mesmo que modesta, seja um estímulo para o crescimento dos negócios", afirmou Beraldi.
No entanto, ele ressaltou que a meta da Selic de 10,5% ainda é pouco estimulante para a economia real.
Adicionalmente, o estado do Rio Grande do Sul enfrenta uma crise social e logística, que pode impactar significativamente a atividade econômica local. Com aproximadamente 1,4 milhão de empresas ativas, das quais 86% estão em áreas afetadas, o estado responde por 6% do PIB nacional.
As consequências dessa catástrofe poderão ser sentidas nos próximos meses, especialmente nas pequenas empresas.
Sobre o IODE-PMEs
O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs monitora as atividades econômicas das pequenas e médias empresas brasileiras, com uma análise segmentada de 678 atividades econômicas.
A pesquisa, inédita entre os negócios com faturamento de até R$50 milhões anuais, utiliza dados das movimentações financeiras de contas a receber de mais de 150 mil clientes, ajustados para eliminar os efeitos da inflação.
Esses resultados destacam a resiliência e a capacidade de adaptação das PMEs brasileiras, mesmo diante de desafios econômicos e sociais.
Fonte: Contábeis