Requalificação e incerteza sobre o futuro no trabalho impedem adesão da IA

A inteligência artificial (IA) está ganhando espaço nas empresas do Brasil e do mundo. No entanto, apenas uma baixa porcentagem de profissionais – 6%, de acordo com um estudo realizado em mais de sete países pela consultoria Olivia Brasil – se sente segura para utilizar essa tecnologia a seu favor. Apesar do crescente interesse pela IA nas micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), 36% delas ainda não utilizam a tecnologia no dia a dia, segundo a Edelman Comunicação e a Microsoft.

Para Luiz Wagner Grilo, responsável pela unidade de negócios de network & cybersecurity da Unentel, distribuidora de soluções tecnológicas para companhias, muitas empresas e profissionais ainda não adotaram a IA no dia a dia devido a uma combinação de fatores. “A falta de conhecimento técnico e os altos custos de implementação são alguns dos obstáculos que podemos citar. A integração da IA requer investimento em infraestrutura e capacitação, o que pode ser um desafio para alguns profissionais. Além disso, há uma preocupação crescente com a segurança de dados, o que contribui para a demora na adesão”, afirma.

No entanto, dados do “Estudo de Tendências de Talentos Globais 2024”, realizado pela consultoria global Mercer, afirmam que três em cada cinco executivos acreditam que a inteligência artificial tem o poder de capacitar os trabalhadores. O estudo também revela que o rápido progresso nas capacidades da IA generativa no último ano elevou as expectativas quanto ao aumento da produtividade. Aproximadamente 40% dos executivos acreditam que a IA trará um crescimento superior a 30% para seus negócios.

Grilo enfatiza que é crucial entender as mudanças no mercado de trabalho para compreender a resistência à IA, apesar das projeções otimistas. “Nos últimos anos, testemunhamos o desenvolvimento tecnológico acelerado que aumentou o acesso à internet em todos os ambientes. Esse avanço rápido e o novo modo de se conectar transformaram a nossa forma de viver e impulsionaram o desenvolvimento da inteligência artificial. A alta velocidade de acesso à ferramenta e o aumento no número de pessoas conectadas impactaram o processamento e a análise dos dados em tempo real, exigindo novas habilidades dos profissionais e novas formas de trabalho”, diz. Justamente por acreditarem no potencial da IA, as empresas acabam apostando nela mesmo assim. A automação e a capacidade de aprendizado das máquinas e sistemas estão substituindo funções repetitivas e manuais, tarefas que antes dependiam da presença humana. Isso cria uma necessidade de profissionalização voltada ao mercado de TI.

Para Grilo, uma solução é investir não apenas na ferramenta, mas também no conhecimento agregado dos colaboradores. Essa profissionalização para lidar com os sistemas e com as soluções contribui para superar o obstáculo e aumentar o interesse no uso mais rotineiro das tecnologias. 

“Capacitação em áreas como ciência de dados, cibersegurança e desenvolvimento de sistemas, certamente, serão necessárias. No entanto, isso não significa que a transformação não exigirá também o desenvolvimento de outras qualificações. E, nesse ponto, é fundamental que líderes e gestores atuem junto a suas equipes, investindo no desenvolvimento dos times com o objetivo de estarem cada vez mais preparados nesta jornada de Transformação Digital, Inteligência Artificial e Hiperconectividade que já chegou e está revolucionando empresas e organizações no Brasil e no mundo”, conclui.

Fonte: Unentel

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