Taxa Selic cai para 12,25% ao ano após novo corte do Copom
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu, nesta quarta-feira (1º), reduzir a taxa básica de juros da economia para 12,25% ao ano.
O ciclo de flexibilização monetária foi iniciado em agosto/2023 e este foi o terceiro recuo de 50 pontos-base (p.b) da Selic, movimento que já era esperado pelo mercado.
O resultado é positivo para os brasileiros, já que impacta diretamente na inflação e no poder de consumo. Para se ter ideia, o acumulado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 12 meses está em 5,19%. Em setembro, estava em 3,5%. A expectativa é fechar o amor em 4,63%.
De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São
Paulo (FecomercioSP), o grupo de alimentação é o principal influenciador no processo de queda da inflação, com reduções acentuadas em agosto (0,85%) e setembro (0,71%), principalmente no caso de alimentação no domicílio, que afeta com mais intensidade as famílias mais pobres.
Por outro lado, a incerteza fiscal e do cenário externo podem diminuir os cortes mais significativos na taxa Selic nos próximos meses.
Até setembro, o déficit do governo brasileiro atingiu 94 bilhões, excluindo os juros. Mesmo com a Lei Orçamentária permitindo um déficit de R$ 228 bilhões, a expectativa era de que o governo não passasse dos R$ 100 bilhões.
Além disso, a previsão era de zerar o déficit em 2024, dentro do contingenciamento do arcabouço, mas ainda faltam R$ 168 bilhões em receitas adicionais para atingir essa meta.
O mercado externo também apresenta instabilidades, o que impacta diretamente no cenário econômico.
Apesar da diminuição do crescimento chinês, que poderia facilitar o trabalho da política monetária, o aquecimento da economia americana e as taxas de juros da dívida pública que estão em alta, trazem um alerta para a intensificação das quedas.
Somado a isso, o conflito Hamas-Israel reforça a preocupação sobre o preço dos combustíveis, que não eram mais um elemento de pressão.
Segundo a FecomercioSP, ainda cabem novas quedas das taxas, mas a falta de comprometimento do governo com a responsabilidade fiscal e o cenário externo mais sensível impedem uma redução maior do que 0,5 bp.
Se não houver uma mudança de política fiscal, segundo a Federação, o número de quedas pode diminuir e o piso da taxa de juros pode aumentar.
Fonte: Contábeis