Pequenos negócios ainda tem dificuldade para acessar créditos mesmo com recuo da Selic para 11,75%

Nesta quarta-feira (13), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu recuar 0,5% na taxa básica de juros, Selic, atingindo o patamar de 11,75%

A medida, apesar disso, ainda mantém os juros do país entre os mais elevados do mundo, o que acaba atingindo diretamente as micro e pequenas empresas.

De acordo com o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Décio Lima, a Selic deveria ter registrado, desde seu início, uma redução mais significativa.

“Todos os indicadores da economia brasileira têm dado inequívocos sinais de otimismo, há meses. A queda expressiva do índice de desemprego, o controle da inflação, a expectativa recorde de safra, a alta do PIB [Produto Interno Bruto], entre outros fatores - o que não justifica que o Banco Central ainda mantenha uma taxa tão elevada”, justifica o presidente do Sebrae.

Vale mencionar que a taxa básica de juros interfere diretamente nos valores que são cobrados pelas instituições financeiras que oferecem crédito para os pequenos negócios.

Conforme levantamento realizado pelo próprio Sebrae, as taxas praticadas por instituições financeiras para as micro e pequenas empresas ficam, em média, 20% acima da taxa básica referencial.

Lima acrescenta que “os juros cobrados dos pequenos negócios são um impeditivo para o empreendedor acessar o crédito”.

“Com a taxa de juros da Selic alta, há um desestímulo das instituições financeiras e dos tomadores de financiamento. É sempre uma tomada de decisão que deve ser feita com muita cautela”, explica Lima.

Diante desse cenário, a fim de apoiar os pequenos negócios, o Sebrae junta forças com o Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) e Agência Pública de Inovação (Finep) para lançar uma nova linha de crédito com foco nos Microempreendedores Individuais (MEIs).

Essa nova linha de crédito voltada para o MEI será no valor de R$ 30 bilhões.

A novidade faz parte da comemoração pelos 15 anos da categoria no Brasil.

Os recursos devem ser disponibilizados até o final de dezembro ou, no máximo, janeiro de 2024.

Fonte: Contábeis

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